quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Mosaicos ambulantes
Quando entrei no bar minhas amigas já me esperavam. Sentadas ao redor de uma mesa conversavam animadamente. Peguei o assunto no meio.
- ...e você rejuvenesce até 10 anos!
- Poço dos desejos? – brinquei tentando me enturmar
- Botox, meu bem! A fórmula da mocidade eterna.
Como foi que eu acabei sentada a uma mesa com 3 mulheres de 40 anos, cara de 30 e mentalidade de 15?
- Menina, que corte de cabelo é esse?
Sim, a pergunta era pra mim.
- Não acha que já é hora de mudar? Olha o meu .Página 37 da revista. Lindo, não?
- Magnífico. – respondi com o máximo de entusiasmo que consegui aparentar.
- Eu vi ontem na TV uma lipoescultura mostrada ao vivo. Parece ser muito simples! E já vi que virou tendência entre as famosas...já marquei a minha para a próxima semana!
- Querida, nem me fale em tendência! Viram a roupa da mocinha daquela mesa ao lado? Caiu de moda já há uns 10 anos!
Pelo menos o foco agora não era eu.
- Garotas, prestem atenção! Repararam no meu rosto? Hum? Página 49, novo creme diminuidor de linhas de expressão!
Já vi que o papo ia longe. A noite seria longa. Em meio a tanta conversa fiada nem me dei conta em que pé já estava o assunto. Sorte a minha! Qualquer pensamento vago ainda era mais proveitoso que todo aquele papo sem sentido.
Voltei a atenção para elas e percebi que nada na conversa mudara.
- Ah e esses sapatos aqui. Página 18, divinos! Uma maravilha até pra dirigir.Também, com o novo carro que eu ganhei..presentinho do marido!
- Eu vi! Página 56, aquele com o Tom Cruise fazendo a propaganda.
Já sem paciência, resolvi me manifestar um tanto indignada:
-E personalidade? Alguém aqui conhece?
Recebi 3 olhares espantados e a resposta:
- Personalidade? Já ouvi falar...
- Página 12, próxima edição!
Texto de minha autoria.
- ...e você rejuvenesce até 10 anos!
- Poço dos desejos? – brinquei tentando me enturmar
- Botox, meu bem! A fórmula da mocidade eterna.
Como foi que eu acabei sentada a uma mesa com 3 mulheres de 40 anos, cara de 30 e mentalidade de 15?
- Menina, que corte de cabelo é esse?
Sim, a pergunta era pra mim.
- Não acha que já é hora de mudar? Olha o meu .Página 37 da revista. Lindo, não?
- Magnífico. – respondi com o máximo de entusiasmo que consegui aparentar.
- Eu vi ontem na TV uma lipoescultura mostrada ao vivo. Parece ser muito simples! E já vi que virou tendência entre as famosas...já marquei a minha para a próxima semana!
- Querida, nem me fale em tendência! Viram a roupa da mocinha daquela mesa ao lado? Caiu de moda já há uns 10 anos!
Pelo menos o foco agora não era eu.
- Garotas, prestem atenção! Repararam no meu rosto? Hum? Página 49, novo creme diminuidor de linhas de expressão!
Já vi que o papo ia longe. A noite seria longa. Em meio a tanta conversa fiada nem me dei conta em que pé já estava o assunto. Sorte a minha! Qualquer pensamento vago ainda era mais proveitoso que todo aquele papo sem sentido.
Voltei a atenção para elas e percebi que nada na conversa mudara.
- Ah e esses sapatos aqui. Página 18, divinos! Uma maravilha até pra dirigir.Também, com o novo carro que eu ganhei..presentinho do marido!
- Eu vi! Página 56, aquele com o Tom Cruise fazendo a propaganda.
Já sem paciência, resolvi me manifestar um tanto indignada:
-E personalidade? Alguém aqui conhece?
Recebi 3 olhares espantados e a resposta:
- Personalidade? Já ouvi falar...
- Página 12, próxima edição!
Texto de minha autoria.
O doce pelo amargo.
São Paulo. 6 da tarde. Carros, fumaça, confusão, pessoas. Muitas pessoas. São milhares de rostos indo e vindo, passos apressados, respirações ofegantes, olhos cansados, vozes, conversas, palavras. Muitas palavras. O dom da fala sendo concedido ao ser humano. E no meio de tantas vozes:
-Ei, tio! Quer comprar um chocolate? Compra aí, tio, um só pra me ajudar.
O chocolate trocado pelo dinheiro. O doce pelo amargo. O dinheiro, o poder da moeda, o papel que o papel tem. O dinheiro manda no mundo. Somos movidos pelo capital, nascemos, vivemos, trabalhamos, envelhecemos, morremos por ele. Matamos por ele.
Um mundo sem sentimentos, sem humanismo, sem emoções.
Ah, emoções.
Não há mais lugar para sentimentalismo, estamos ocupados demais para isso. São anos que passam como dias, as horas voam e o mundo..bem, esse já não é mais o mesmo.
Estamos em uma nova era, a era da tecnologia. A praticidade impera. As vantagens do mundo virtual. As máquinas, tão desenvolvidas, ainda nos permitem pensar que estamos no comando. Ninguém é insubstituível, ainda mais quando lidamos com alguém de metal.
O metal. As indústrias, os produtos, as produções. Plantar para comer? Coisa do passado, do tempo em que ainda havia (mesmo que pouca) terra para isso. Alimento? Só industrializado. Natural é um termo do passado. Referia-se a tudo aquilo que vinha da natureza.
Natureza? É do meu tempo. Eu ainda lembro daquela paisagem.
Ah, emoções.
As visões do novo mundo, do futuro que nos aguarda. Como pudemos chegar a esse ponto? Como permitimos que nosso mundo se transformasse tanto?
Questionamentos que não saem da minha cabeça nesse fim de tarde em São Paulo, cercado por carros, fumaça, confusão e uma voz que me chama de volta:
-Tio! O chocolate! Vai querer ou não??
Ah, emoções. E ainda dizem que nós, homens, somos insensíveis!
Texto de minha autoria.
-Ei, tio! Quer comprar um chocolate? Compra aí, tio, um só pra me ajudar.
O chocolate trocado pelo dinheiro. O doce pelo amargo. O dinheiro, o poder da moeda, o papel que o papel tem. O dinheiro manda no mundo. Somos movidos pelo capital, nascemos, vivemos, trabalhamos, envelhecemos, morremos por ele. Matamos por ele.
Um mundo sem sentimentos, sem humanismo, sem emoções.
Ah, emoções.
Não há mais lugar para sentimentalismo, estamos ocupados demais para isso. São anos que passam como dias, as horas voam e o mundo..bem, esse já não é mais o mesmo.
Estamos em uma nova era, a era da tecnologia. A praticidade impera. As vantagens do mundo virtual. As máquinas, tão desenvolvidas, ainda nos permitem pensar que estamos no comando. Ninguém é insubstituível, ainda mais quando lidamos com alguém de metal.
O metal. As indústrias, os produtos, as produções. Plantar para comer? Coisa do passado, do tempo em que ainda havia (mesmo que pouca) terra para isso. Alimento? Só industrializado. Natural é um termo do passado. Referia-se a tudo aquilo que vinha da natureza.
Natureza? É do meu tempo. Eu ainda lembro daquela paisagem.
Ah, emoções.
As visões do novo mundo, do futuro que nos aguarda. Como pudemos chegar a esse ponto? Como permitimos que nosso mundo se transformasse tanto?
Questionamentos que não saem da minha cabeça nesse fim de tarde em São Paulo, cercado por carros, fumaça, confusão e uma voz que me chama de volta:
-Tio! O chocolate! Vai querer ou não??
Ah, emoções. E ainda dizem que nós, homens, somos insensíveis!
Texto de minha autoria.
Talvez
Talvez a beleza das coisas
Esteja mesmo na simplicidade de sua essência
E na Harmonia de seus traços
Talez Deus seja também um artista
Que gosta de brincar com as cores
Misturando-as e pintando a tela da vida
Talvez o homem ainda não tenha aprendido
A apreciar as obras divinas
E a enxergar a beleza contida
Nos traços deste grande artista
Talvez a tão desejada paz
Esteja na energia vital do vermelho
Fundindo-se com a riqueza do amarelo
Colorindo o céu num fim de tarde
E quem sabe um dia
Quando as cores se esgotarem
A tela perder sua qualidade
E o artista cansar da ingnorância às suas obras
O homem sinta saudades do colorido de sua vida.
Texto de minha autoria.
Esteja mesmo na simplicidade de sua essência
E na Harmonia de seus traços
Talez Deus seja também um artista
Que gosta de brincar com as cores
Misturando-as e pintando a tela da vida
Talvez o homem ainda não tenha aprendido
A apreciar as obras divinas
E a enxergar a beleza contida
Nos traços deste grande artista
Talvez a tão desejada paz
Esteja na energia vital do vermelho
Fundindo-se com a riqueza do amarelo
Colorindo o céu num fim de tarde
E quem sabe um dia
Quando as cores se esgotarem
A tela perder sua qualidade
E o artista cansar da ingnorância às suas obras
O homem sinta saudades do colorido de sua vida.
Texto de minha autoria.
Outdoor produzido para cerveja Sol.
Outdoor interativo para cerveja Sol, aplicado a uma placa localizada embaixo da sombra de uma árvore.
Assinar:
Postagens (Atom)